Primeiro Percalço
Eis que tudo estava encaminhado para um começo brutal quando: a vaca nojenta da velha (nunca a vi, deve ser amorosa), agarrada ao dinheiro e não à palavra, “cagou” em nós e alugou a casa a uns alheios por mais um mero punhado de euros. Infelizmente, aquando da sua visita a Madrid por ocasião da procura de casa, o Ricardo e o Javier fizeram um acordo verbal com a supracitada velhota, em vez do que eu sempre recomendo, o pacto de sangue!
E pronto, chego a “La Fiesta” (Entenda-se por “La Fiesta” Madrid) domingo, pronto para uma semana que será certamente infernal, desgastante, mas também um belo pagode e uma aventura. Os ingredientes assim o obrigam: não tenho casa; não falo espanhol; tenho aulas. Basicamente, a situação inversa ao que seria ouro sobre azul.
Já aluguei quarto num hostel (
Bom mel é que vou ter mais e melhor televisão do que em Lisboa: 300 canais, cortesia da tvcabo! Vou tentar a minha sorte além fronteiras, é vero, mas como qualquer bom emigra que abandona a cidade natal, não quero perder o contacto com “os meus” e com a sociedade de que faço parte, pois os dias de crise cessarão e eu voltarei, envolto em glória, para fazer inveja aos meus conterrâneos e construir uma vivenda mui linda lá na vila.
Bem, para já é tudo… esperam-me 600kms no meu Peugeot 106, apinhado de malas até cima. Felizmente elas estão numa situação melhor do que eu: enquanto o dono procura casa pelas calles de Madrid, elas estarão a descansar na arrecadação de Mafalda Gonçalves, à espera que eu me despache…