9.4.07

Pentagrama Natalício

O "oferecer" de recomendações musicais é algo que aparenta facilidade, mas que no entanto tem incutido um sentimento paternal que não salta imediatamente à vista.

Parece-me que quantas mais pessoas tomem conhecimento de uma determinada banda, menor o prazer que retiro em escutá-la; que tenho gozo no elevado teor do seu binómio qualidade/oculto. Mas cedo me deparo com um paradoxo que empurra a minha teoria para a ilha da falácia (localidade não real): Adoro gravar cd's e oferecê-los a pessoas. Adoro saber o que as pessoas ouvem e gostam, para lhes dizer "e já ouviste Kind of Like Spitting?", ou outras tantas bandas das quais nunca ninguém ouviu falar, mas cuja partilha me dá especial gosto: para mim uma música é um presente, quer a receba, quer a dê.

Assim sendo vou largar-me de egoísmos ilógicos, e vou contemplar os meus leitores com uns presentes atrasados de Natal. Dedicatória especial desta vez para o Manuel Xara Brasil que me pediu músicas, não albums, e para a Teresa Rebello de Andrade que requisitou nova fornada de recomendações. Aos que chegarem ao fim da lista de 20, parabéns. Vão ouvindo enquanto trabalham, cada música é de uma banda diferente e estão catalogadas por grau de alternativismo (palavra não real?), sendo ***** o mais acessível.


Acid House Kings (*****)




The Album Leaf (**)



Andrew Bird (****) - Em Lisboa a 31 Maio



Arctic Monkeys (****) - Em Lisboa a 18 Julho



Band of Horses (***)



Belle & Sebastian (****)



Beth Gibbons & Rustin' Man (***)



Bloc Party (****) - Em Lisboa a 18 Maio



The Boy Least Likely To (****)



Cousteau (***)



Emiliana Torrini (****)



McLusky (***)



Now It's Overhead (***)



Ok Go (****) - videoclip



The Polyphonic Spree (***)



Powderfinger (****)



Recoil (*)



The Thrills (****)



Unbelievable Truth (**)



The Wrens (****)

6 Comments:

Blogger El-Gee said...

Conhecia algumas.
Gostei (muito) de algumas.

Acho o principio de ocultar musicas errado. Eu acho que o que é bom toda a gente deve ouvir. Gosto de recomendar a alguem uma musica boa, e adoro quando a recomendação é boa. Mas as musicas nao sao presentes, porque nao sao nossas.

Nao me da prazer nenhum gostar de algo que a maioria nao conheça. para mim a musica encerra-me num Mundo so meu, e se mais alguem ouve, ou nao, é-me indiferente.

Nao fico mais feliz por gostar de uma musica que encontrei num site indie, do que se a mesma musica passar na Mega FM.

Alias, acha que o epíteto "independente" ou "alternativa" está a cair em desuso, porque cada vez mais todos os sons sao acessiveis. E alias, geralmente o segundoalbum de artistas independentes sai logo para o mainstream.

Enfim, considerações soltas.

Acho que tens bom gosto.

terça-feira, 10 abril, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Grande presente Lavas!
Ainda n tive tempo de ouvir todas, mas já saquei duas. E gostei muito de Andrew Bird - claramente estou ctg nos concertos "indispensáveis" da lista que enviaste.
Próximo passo é passares-me os 40 gigas de música que tens! Talvez consiga aproveitar uns 3 ou 4 ;).
abr

terça-feira, 10 abril, 2007  
Blogger LCF said...

Não se trata dum princípio, mas sim de um ímpeto. E o mea culpa posterior prova que também eu luto contra ele. A prova maior está neste mesmo post.

As músicas não são obviamente presentes, trata-se duma analogia em que faço um paralelismo sentimental, o "presente" no seu sentido mais lato.

Gosto de saber como vives a música, que a vives de um modo bem diferente de mim, o que não invalida que potencialmente nos vejamos num concerto e disfrutemos do mesmo som lado a lado. Também "a música encerra-me num mundo só meu", por definição diferente do teu. E se por um lado me dá prazer conhecer sons alternativos, ver um concerto dos The Thrills quase sozinho no sudoeste entristece-me, tanto por eles quanto por mim.

Quanto ao mundo indie, teriamos toda uma discussão para uma longa noite. Desde os que foram e deixaram de ser, aos que sempre o serão. Deixo-te aqui 2 recomendações que duvido que saiam para o mainstream: Devendra Banhart e Sufjan Stevens.

Finalizando, Xara, como tu proprio disseste tentar filtrar 40 GB ou mais de música é muito custoso, pelo que qualquer lista feita aqui acaba sempre por ser angustiantemente incompleta.

Grande abraço aos 2 e Luis, parabens pelo livro!

terça-feira, 10 abril, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Homar, falaste em xiu-xiu e estava à espera de ouvir pelo menos uma música deles, ou são uma das bandas cujas músicas não gostas de partilhar e queres guardar só para ti?

Vou deixar um relatório de algumas opiniões e pensamentos (maioria das vezes infantis)que me ocorreram ao ouvir as tuas músicas. Não que interesse, ms agr apetece-me debitá-los. Ha, e comparações com outras bandas considera-as como vindas de alguém que não tem o teu conhecimento pelos vistos enciclipédico de música.

Estupidamente ao ouvir a primeira música (Acid House Kings) só me lembrava de baloiços, arcos-iris, pirulitos e relva (há coisas destas).
A dos The Boy Least Likely To teve o mesmo efeito, mas desta vez era com cachecois e neve a cair.

Em seguida temos a secção barulho e quase-barulho.
a dos Arctic Monkeys até é gira, ms é cansativa. E se o meu irmão Manel a meio não dissesse que sabia tocar a guitarra que se houve por trás, forçando-me a ouvir a música outra vez, ficava-me só pelo cansativo. é um bocado parecido com Jet. é daquelas que ouve-se 2min e já chega. Bloc Party já entra no limiar do barulho e McLusky começa com aquele iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii da guitarra q ta perto d mais do amplificador ou o q seja q faz esse parulho irritante e dps começam a berrar... é de ir com a cabeça contra a parede.
Preferi a isso até recoil, que se me abstrair da letra sinistra até se ouve bem.

The thrills gostei imenso, mas é muita parecido com uma música qualquer à meu pai que não me consegui lembrar de qual.
o início daa The Funeral lembrou-me a Where is my mind dos The Pixies e Powderfinger achei parecido com Stereophonics.
Dessas gostei bastante.

Mas de entre muitas que gostei, as que mais novidade trouxeram aos meus toscos ouvidos foram emilia torrini, the album leaf, unbelievable truth e the wrens.

Balanço positivo, vai atirando mais.

terça-feira, 10 abril, 2007  
Blogger El-Gee said...

Muito bom este comentário da teresa. Revela uma visão pura e descomprometida das músicas. Tambem costumo ter esse tipo de sentimentos, mas achei especial piada à associação entre uma musica que se ouve pela primeira vez e uma que ja se ouviu anteriormente. Como qualquer artista, tambem os musicos vao beber à fonte do passado.

LCF, tu quando apareces por Lisboa? Ou vieste na Pascoa e agora so para o Natal (em que eu nao estarei)?

quarta-feira, 11 abril, 2007  
Blogger LCF said...

mil perdões teresinha, proximo post musical terá xiu xiu. Mas é um facto que nem os meus amigos que me acompanham na arte "indiana jonesca" de descobrir música gostam de xiu xiu. Mas nada melhor do que te pôr num prato e provares por ti.

Luis, tou em Lisboa, cheguei de amesterdão há 15 dias e fico por cá agora, pelo menos "até ver"...

quarta-feira, 11 abril, 2007  

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