29.9.06

nova dosagem de abstraccionismo fotográfico

Prezados conterrâneos,

Última noite em NY. Concerto à pala de Evan Dando, antigo vocalista dos The Lemmonheads. Eu disse ao Zeca para vir, porque era um espectáculo com uma relação qualidade/preço que compensava a deslocação. Ele disse a uma amiga do trabalho. Ela disse à irmã, ao namorado da irmã e ao amigo do namorado da irmã. Se tivesse sido uma merda, olhares reprovadores teriam sido apontados para mim. Mas eis que foi bom. Eis que depois ainda fomos todos jantar e beber uns copos, onde nos rimos a bom rir a atrofiar sobre gémeos siameses e erecções de tamanho exagerado. Foi uma bela despedida, dado que no dia seguinte às 9 da manhã sairia da cama em direcção a Miami.

Regressando no entanto a essa última tarde em NY, o concerto foi em plena Apple Store no Soho, pois era uma promoção do novo album que estava disponível no iTunes. E, estando lá, não podiamos perdoar, e seguiu-se mais do mesmo, que largo agora aqui em exclusivo (clicar = incrementar):

L: viemos em paz. Z: e em busca duma casa de banho.

aqui já estava a chorar de tanto rir, com a loja toda a olhar pra mim

Rubber Lourenço [vortex]

míiiinimo

Sou tão querido que me queres levar para casa e abraçar, para depois eu te arrancar a cabeça à dentada durante o sono (com uma boca deste tamanho é missão para semanas)


Para a semana, finalmente, terei as fotos da NY que existe (creiam ou não) fora da loja da Apple.
Um aceno de longe.

25.9.06

Nova Iorque, primeiras fotos

Olá, pessoas que tiram minutos de um maravilhoso dia para saber o que se passa na vida de um sujeito com barba. Barba essa, há que dizer, que é muito sub-apreciada.

Em Nova Iorque há 5 dias, finalmente me digno em colocar algo na planície cibernética. Por tal peço perdão.

Primeiro que tudo, quero anunciar que tenho tido ranhoca, pois sou alérgico aos ácaros e eles cá em NY até têm sindicato.

Segundo quero desde já, aqui em carta aberta, agradecer a José Maria Norton de Matos por me acolher na grande maçã reineta. O actor/aspirante a cineasta vive actualmente em Manhattan, onde tem uma mui-digna ocupação como editor. Mais sobre a personagem em http://www.josemarianorton.com/
Quem diz que ele vive em Manhattan deve achar que vive num bairro hiper in onde modelos e famosos se passeiam pelos passeios. No entanto, José está neste momento a viver em Harlem. Harlem, de onde vieram os Globetrotters, perguntam vocês? Também, respondo eu. Prossigo dizendo que Harlem é onde, por exemplo, ontem morreu uma criancinha afogada num balde de vomitado, quando a mãe regressou bêbeda de uma festa para o abrigo, tendo adormecido com o filho nos braços e com um balde no lado da cama para determinadas eventualidades...

Tenho tirado demasiadas fotos, porém estão em rolo e só em Miami as revelarei. No entanto, hoje encontrámo-nos na loja da apple no Soho (pois o José teve de se deslocar ao escritório), e aí aproveitámos as dezenas de macs em exposição para nos contemplarmos com umas quantas, que desde já largo aqui.


clicando nas fotos, eis que elas se incrementam!

eu a agradecer ao Zeca a sua hospitalidade. Um simples "obrigado zeca pela tua hospitalidade" teria bastado, agora que penso nisso.

Quero apenas avisar, e só digo isto uma vez: na minha tasca não se vende a fiado, porra!


A minha figura, se decidisse enveredar por uma carreira na pornografia, seria certamente assim de intimidante.


Eu sei que é pouco, pessoal do meu bairro, mas em breve mais haverá, logo vamos aguardar ansiosa, porém pacientemente.

Um grande saravah para todos, e mais alguns.
L

18.9.06

tríade fotográfica

Hoje foi um dia rico em posts, e para acabar cá estão mais umas fotografias tiradas em Miami. Devo ter tirado sem exagero mais de 400 fotografias durante este último trimestre. Se estas são das melhores, imaginem a merda que as restantes não devem ser.

torre de vigia


um carro encarnado

pato na marina

Aula de Fotografia

Agora mais umas imagens retiradas das inúmeras cruzadas fotográficas, desta vez diferentes efeitos assimilados:

slow shutterspeed (prolonguei a exposição por mais algumas milésimas de segundo de modo a obter luz, dado que era uma pista de skate indoor, e para não congelar a acção)

congelar acção com o flash (na praia à noite - para não haver mais luz senão o flash - é fácil congelar várias acções numa mesma fotografia, neste caso eles estão parados lá atrás e a saltar cá à frente)

Panning (esta técnica é, senão a mais difícil, pelo menos a mais chata. Temos que acompanhar com a câmara o sujeito de modo a que este fique focado e o fundo não, dando o efeito de velocidade).

Downtown Miami

Como já referi no post anterior, Miami é uma cidade de contrastes. E este post é sobre o lado escuro de Miami, mais propriamente quando se sai de South Beach e se atravessa a ponte em direcção a downtown. Em mais um projecto fotográfico, empreendi uma cruzada individual pela Miami triste, que não aparece nos videoclips nem tem neons a cada 5 metros.

Andei, sem exagero, uns 7 kms ao logo de 6 horas. Vi e atravessei zonas inacreditavelmente pobres, muitas das quais nem tenho em fotografia. São sítios que normalmente rodeamos para não ter de suportar. Mas em Miami zonas ricas e pobres andam de mãos dadas: a mão do rico com uma luva, claro está, há que evitar o contacto directo. É mesmo assim: em downtown, bairros abandonados com enormes armazéns desertos e com sem-abrigos a cada esquina. Tudo com péssimo aspecto, triste e cabizbaixo. Sem se saber bem como, lado a lado com tudo isto aparece um complexo de apartamentos de luxo e, saíndo dos altos portões de metal reforçado, uma senhora num Bentley passa por entre os sujos mendigos sentados nos passeios. Isto é Miami.



No meio de quarteirões degradantes, cheios de mendigos e fábricas abandonadas, um anúncio da Jaguar.

Devo ter um íman de mendigos, pois não foi um caso isolado um deles, enquanto eu passava de máquina ao pescoço, ter-me abordado e permitido que eu o fotografasse.

Uma tentativa duma "fotografia artística com mensagem", e um bom exemplo da pobreza subjacente a cada esquina.

Downtown está neste momento a sofrer uma grande remodelação, com as zonas de obras a serem uma constante, o que não permite um sono pacífico aos sem-abrigos.

Fotos nocturnas de Ocean Drive

A técnica de aprendizagem utilizada na aula de fotografia é a de trial and error. Ou seja, tiramos rolos e rolos de filme (a máquina é antiga), gastamos horas e horas à procura das fotografias interessantes, gastamos balúrdios de dinheiro a revelar tudo. Neste projecto, no entanto, foram só 2 rolos e o interesse estava em todos os lados. Deixo aqui 3 exemplos para vos mostrar a pérola da Miami turística, a Ocean Drive, cabeça de cartaz do famoso Deco District.

Sábado à noite é de loucos, é MTV ao vivo, som, luz, côr, Ocean Drive e os seus extravagantemente caros bares estão repletos. Uma coisa que reparei em Miami é que a classe média passa despercebida. Vê-se a ostentação da riqueza por parte de uns quantos - Lamborghini, Ferrari, Porsche, Hummer, não é possível sair à rua em South Beach sem ver uma mão cheia de cada - e depois vê-se imensa pobreza a cada canto, tudo isto ridiculamente lado a lado (as fotos vão no blog seguinte). Não estou a dizer que deveriam criar um parque natural para o indivíduo mendigo. Digo apenas que chega a ser chocante o contraste e a indiferença.


E que melhor exemplo para o que acabei de escrever do que este mendigo aterrado na rua mais movimentada de Miami Beach?

4.9.06

Notícias Mornas!

Quero principiar este post com um pedido de perdão (sentido, tão sentido) a todos os milhares de fãs que acorrem a este blog todos os dias úteis da semana com uma sede insaciável de notícias minhas, o sol da vossa vida. É verdade, tenho andado eclipsado. É verdade também que tenho andado eclipsado não por uma lua, mas por um festival de trabalhos sem fim que, envolvidos com os meus projectos privados, não me têm dado tempo para me dedicar tanto quanto seria desejável quer a este site, quer às danças de salão.

São aulas de fotografia, são aulas de vídeo storytelling, são aulas de tipografia, são aulas de layout, são anúncios que faço unicamente para festivais, venha o 666 e escolha. Estou também, e tenho o prazer de o anunciar, em pleno processo de escrita do meu 2º e 3º livro, o que certamente será motivo de júbilo para todos os meus amigos que nunca leram o 1º.

E deixo-vos com um cheirinho. A minha 2ª obra será um guia de vida para todos os pobres de espírito que não têm a sorte de ser a minha pessoa. Serão páginas e páginas contempladas com lições de vida e conselhos sábios quer da minha pessoa, quer do inevitável Misterioso Mestre Zen.

Quanto à minha 3ª obra, será uma auto-biografia não autorizada duma pessoa famosa pelas redondezas da minha mente e tem como título provisório 30 e tal anos de carreira. Nenhum dos 2 contém pornografia. Facto compensado, no entanto, com constantes referências sexualmente transmissíveis.

Em breve também terei 3 vídeos online, numa televisão local que transmite documentários, anúncios e todo o género de vídeos criados pelo espectador. Na aula de Video Storytelling era obrigatório fazer 3 obras para enviar para lá, logo durante esta semana estarão disponíveis 2 anúncios e 1 documentário feitos pela minha pessoa. Os links serão disponibilizados assim que possível e agradecia que votassem, pois se tiver muitos votos pode ser que os vídeos sejam escolhidos e eu ganhe uns trocos.

Mais notícias em breve, dado que esta é a última semana de trabalho e em breve entro de férias. Nova Iorque aí vou eu!