12.2.06

Sabina

E finalmente cedi, embora apenas parcialmente, à música espanhola: Joaquín Sabina.


E em jeito de homenagem a este poeta cantante, largo aqui um excerto de uma das suas canções:

"Y morirme contigo si te matas
y matarme contigo si te mueres
porque el amor cuando no muere mata
porque amores que matan nunca mueren."

O ano musical de 2005

depois de ter fechado a loja para balanço musical, largo agora aqui o meu top 10 das bandas que mais ouvi este ano. A ordem, como sempre, aleatória.

#10. THE KILLERS



#9. ANTONY & THE JOHNSONS



#8. THE SHINS



#7. SUFJAN STEVENS



#6. KASABIAN



#5. DAMIEN RICE



#4. DEVENDRA BANHART



#3. HAYDEN



#2. IRON & WINE



#1. SNOW PATROL

Segovia

Para combater a imobilidade instalada - o chamado "temos que ir, temos que ir" que invariavelmente nunca sucede - que nos assolava nos últimos tempos, decidi, com uma semana de antecedência, avisar os interessados que no próximo sábado iriamos passar o dia à histórica cidade de Segóvia.

Dito e feito: 8 pessoas, divididas por 2 carros (o meu e o do Fabian, meu companheiro de casa alemão), saíram de Madrid pelas 14:00 para uma viagem estimada em 1 hora de caminho. Às 18:00, finalmente chegávamos a Segóvia, depois de termos andado kms e kms em direcção a Burgos, de termos almoçado num pueblo mínimo no sopé de uma montanha, de termos atravessado cordilheiras cobertas de neve, de ter parado nas mesmas para as meninas "brincarem" às guerras e de termos chegado aos 1900 metros de altitude. Isto para não falarmos do facto de os nossos carros se terem perdido algures no caminho, não por uma mas por duas vezes.


Aqui estamos nós em frente ao assador el molino, enquanto esperávamos pelo alemão, cujo carro andava perdido. Reza a crónica que os clientes que entram pelo el molino adentro, jamais são vistos a esboçar qualquer tipo de emoção, pelo que optamos por salvaguardar uma certa distância do local.


Segóvia: cidade que prosperou em épocas medievais, morada de muita da alta nobreza, e actualmente mantém muitas das suas antigas fachadas, com o castelo de Alcazar, o aqueduto, o centro histórico isolado por altas muralhas, a imponente catedral e um sem número de estreitas ruelas e casas que nos transportam a uma Espanha e a uma Castilha com mais de quatro séculos de existência.
Para saber mais: http://www.segoviamint.org/english/segovia.htm


Aqui estão, iluminadas, as muralhas que rodeiam o centro histórico.


Chegamos tarde mas ainda de dia. Separei-me do grupo para explorar à minha maneira: andei por ruas onde não havia espaço para duas pessoas se cruzarem, tirei a minha quota parte turística de fotos e gravei os meus vídeos, vi uma exposição sobre Cristóvão Colombo e entrei num museu de bruxaria. Acabei a beber uma caña com o "resto do pessoal" antes de tomarmos o caminho de volta, lá para as 22:00. Caminho que durou, agora sim, uma hora.

A Catedral, construída no século XVI, é o edifício mais alto de toda a cidade.

1.2.06

O Salão

Passados 4 meses em Madrid, 3 e meio na Calle Colomer, finalmente vos apresento fotos da minha residência.

Decidi começar pela sala, pelo mero pressuposto de serem as fotos mais á mão. Centro reacreativo e educacional da casa, a sala é bastante grande, decorada por quem quer se seja que esteve cá antes, e é também passagem obrigatória para chegar ao meu quarto.

É formada rectângularmente por 4 paredes, paralelas par a par. Na foto 1 temos a oportunidade de ver a parede que possui a exposição de cristais e cerâmicas espanholas do século XX. Possui também muitos livros e cds educativos nos quais até hoje não toquei. Ao invés, tocamos muito na televisão, que também já cá estava. Acrescentámos ao centro multimédia da casa um leitor de dvds, a minha playstation (que está cá apenas a ganhar pó) e a minha box para receber 300 canais por satélite (outro pormenor interessante da casa, já vinha com parabólica). No extremo direito desta parede, e já sem aparecer na foto, temos a porta para a nossa mini-varanda na qual as pessoas têm oportunidade de fumar e onde nós penduramos a nossa roupa a secar.
Na parede oposta à exibida, por sua vez, temos uma colecção de pratos, pendurados na parede sem qualquer ordem aparente, que vão diminuindo de densidade à medida que se aproximam do meu quarto.

A foto 2 apresenta-nos, do lado esquerdo, a supracitada porta varandial, algo inacessível graças à mesa de jantar/trabalhar, outra obra de arte, esta trabalhada em pinho. As cadeiras formam um conjunto muito unido com a mesa mas, por sua vez, estão pouco unidas com as suas próprias pernas: aparentemente todas semelhantes, há um par delas com lepra, pelo que mais de uma vez pessoas foram parar ao chão por desconjuntamento de madeiras. Chamamos-lhe o divertido jogo da cadeira surpresa. Por cima da mesa em questão, como que a olhar por nós enquanto procuramos inspiração, o ex-libris da casa: o magnânimo quadro prateado com relevo, representando uma típica, no entanto singular, cena rupestre. Continuando para a direita, vemos a porta do meu quarto e a minha secretária dentro do mesmo. Junto à porta, no canto superior direito da fotografia, podemos ainda ver o último prato da vasta colectânea dessa parede.

E pronto, esta é a sala. Não é uma obra de arte, mas quem a conhece, compreende-a.